Insuficiência ovariana prematura é a mesma coisa que menopausa precoce?
- Dra. Bárbara Costa
- 29 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

A menopausa é um evento natural na vida da mulher, ela é a última menstruação. Geralmente ela ocorre entre os 42 e 55 anos de idade, sendo que a média da mulher brasileira é aos 48 anos. Antigamente, denominava-se menopausa precoce a interrupção da menstruação antes dos 42 anos.
Mas esse conceito foi revisado e a nomenclatura foi alterada. Isso aconteceu, pois a última menstruação antes dos 40 anos de idade não é um evento natural e representa grande impacto na qualidade de vida da mulher e em seu bem estar psicológico.
Esse evento significa que, por algum motivo, a função ovariana foi reduzida ou interrompida antes da hora. Por isso, a nomenclatura foi alterada para insuficiência ovariana prematura. A mulher tem uma produção de estrogênio reduzida ao mesmo tempo que também diminui a sua capacidade reprodutiva.
Essa interrupção da função ovariana ocorre de maneira gradual. A mulher começa a apresentar ciclos menstruais irregulares e alguns sintomas do climatério como ondas de calor, alteração de humor e ressecamento vaginal.
A reserva ovariana também está reduzida e a mulher apresenta dificuldade de gestação, caso ela tente engravidar. Nos exames laboratoriais e de imagem é possível identificar essa diminuição da reserva.
A insuficiência ovariana prematura é caracterizada pela diminuição da reserva ovarina antes dos 40 anos, distúrbio menstrual, aumento do FSH (hormônio folículo estimulante) e redução dos níveis de estradiol. A sua incidência na população geral é de 1%. Em 4% das mulheres portadoras existe uma história familiar da doença.
Todas essas alterações podem provocar uma série de sintomas, tais como:
· Irregularidade menstrual ou ausência da menstruação
· Ondas de calor
· Alteração de humor
· Atrofia vulvovaginal
· Dor nas articulações
· Redução da libido
· Insônia
· Queda de cabelo
· Ressecamento da pele
· Dificuldade de perder peso
É importante lembrar que nem todas as mulheres afetadas apresentarão todos os sintomas. A intensidade deles também varia muito de mulher para mulher.
Mas, afinal, o que causa a insuficiência ovariana prematura? Na verdade, existem várias possíveis causas:
· Alterações cromossômicas
· Radio e quimioterapia
· Doenças autoimunes
· Infecções
· Cirurgias nas quais foi necessário retirar os dois ovários
· Algumas toxinas e drogas
· Causa não definida
É muito importante fazer o diagnóstico correto, pois, além dos sintomas, a insuficiência ovariana prematura afeta a capacidade reprodutiva, eleva o risco para uma série de doenças e representa grande sofrimento psicológico para a mulher.
Quando é feito o diagnóstico, é necessário conversar com a mulher sobre o desejo de gestação e, se ela quiser engravidar, sobre as opções de tratamento. Além disso, deve-se orientar sobre o risco de outras doenças, tais como:
· Osteoporose
· Hipertensão
· Diabetes
A terapia de reposição hormonal deve, portanto, ser iniciada, se a mulher não tiver nenhuma contraindicação. Ela trata os sintomas, previne o aparecimento de outras doenças e melhora muito a qualidade de vida. É muito importante orientar a mulher sobre os benefícios da realização da reposição hormonal!
A insuficiência ovariana prematura é uma condição rara, mas que precisa de tratamento e acompanhamento adequado, pois representa grande perda de qualidade de vida e aumento do risco de aparecimento de outras doenças que também impactam no bem estar e na expectativa de vida da mulher.
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